Para qualquer cidadão menos atento, as Organizações Maçónicas podem não ter particularidades que as diferenciam. Mas, na busca da Verdade, há diferenças essenciais.
Para quem já leu a palavra “Regular”, seria conveniente que se fizesse um esclarecimento, pelo menos mais um, neste site, que elucidasse o conceito do Grande Arquitecto do Universo na Maçonaria Regular (continental), representada pela Grande Loja Nacional Portuguesa.
Como sabemos, a Palavra é, na Maçonaria, o símbolo maçónico de excelência.
Muito antes do aparecimento da filosofia e da Teologia Cristã, Logos significava a Palavra.
No “Princípio” existia o Verbo, o Logos (em grego λόγος), a Palavra. E este conceito não tem para Nós, Maçons Tradicionais, ou de regularidade continental, apenas um significado meramente temporal. Para Nós, Maçons Tradicionais, o conceito, para além de temporal, está também associado como um “PRINCÍPIO ACTIVO”, de Origem ou Causa do universo. Não sendo possível atribuir-lhe um nome deixa-se essa liberdade à consciência cósmica de quem a pesquisa, sem recusa deste.
O Verbo faz parte do Princípio de onde surgem as coisas. Tudo é criado através do Verbo ou por seu intermédio.
A primeira formulação de Deus encontra-se definida recentemente (numa perspectiva histórica) pelo judeu Fílon de Alexandria, quando escreve: “A sombra de Deus é o Seu Logos; servindo-Se Dele como instrumento, Deus criou o mundo. Essa Sombra é quase a imagem derivada e o modelo das outras coisas. Pois assim como Deus é o modelo dessa Sua Imagem ou Sombra, que é o Logos, o Logos é o modelo das outras coisas”.
Posteriormente, já na teologia cristã, o Logos viria a ser adoptado no Evangelho de João como “εν αρχη ην ο λογος και ο λογος ην προς τον θεον και θεος ην ο λογος”. Como “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus”, João 1:1.
O Triângulo, esta figura geométrica e simbólica é a demarcação do espaço que é formado por três rectas que se cruzam entre si. Este mesmo símbolo representa para Nós, Maçons, o espaço, o tempo, a energia num mesmo Princípio. E no método maçónico de iniciação, o número três e esta sua forma geométrica são essenciais, direi mesmo, fundamentais na aprendizagem do primeiro grau do Rito Escocês Antigo e Aceite.
O Triângulo é, de facto, um símbolo transcendente da existência do Princípio, reconhecido como o GRANDE ARQUITECTO DO UNIVERSO, salientando que o Princípio é o mesmo que dizer a primeira causa activa e original - no Tempo e no Espírito - sem recusa da aceitação em fraternidade das diferentes formulações do Princípio cósmico. E isto tanto relativamente ao conceito como na prática da ritualização.
Para além disso, este Símbolo que também é Tradicional, é menos redutor na formulação do Princípio que a interpretação do Deus revelado das religiões. Este conceito não só concilia as religiões dogmáticas e as religiões que não reconhecem a existência de um Deus criador e demiurgo, como promove o espirito maçónico de “reunir o que está disperso”. Uma definição lapidar do Universalismo do Rito Escocês Antigo e Aceite, que permite vincular o visível e o invisível, propor uma União do humano com o divino, ascender do incognoscível ao cognoscível.
A Maçonaria Regular Continental ou a designação perfeita, Maçonaria de Tradição, não é um substituto de uma religião. Sendo assim, não podemos fazer confundir religião e sentimento religioso com Maçonaria. Não nos podemos esquecer que, na Maçonaria, tudo é simbólico. E creio poder dizer, por uma bela razão que, na Maçonaria, não nos entregamos a uma verdade revelada. E também pelo simples facto que não vamos à Loja para adorar nela o Eterno. Quando o queremos fazer sabemos onde nos devemos dirigir. Reconhecendo ainda que trabalhar em sua glória e praticar a evocação do Grande Arquitecto do Universo é colocar-nos na estrada do transcendente, cabendo a cada Maçon da Obediência interpretar esse símbolo de “Principio Espiritual” em função do seu próprio entendimento e das suas opções.
E, se optarmos pelo estudo do Rito Escocês Antigo e Aceite também podemos esclarecer que o referido Rito é Iniciático e racional. Também por esse facto e por esta via, não se deve confundir modernidade com modernismo e não há que confundir espiritualidade com religião.
Para quem já leu a palavra “Regular”, seria conveniente que se fizesse um esclarecimento, pelo menos mais um, neste site, que elucidasse o conceito do Grande Arquitecto do Universo na Maçonaria Regular (continental), representada pela Grande Loja Nacional Portuguesa.
Como sabemos, a Palavra é, na Maçonaria, o símbolo maçónico de excelência.
Muito antes do aparecimento da filosofia e da Teologia Cristã, Logos significava a Palavra.
No “Princípio” existia o Verbo, o Logos (em grego λόγος), a Palavra. E este conceito não tem para Nós, Maçons Tradicionais, ou de regularidade continental, apenas um significado meramente temporal. Para Nós, Maçons Tradicionais, o conceito, para além de temporal, está também associado como um “PRINCÍPIO ACTIVO”, de Origem ou Causa do universo. Não sendo possível atribuir-lhe um nome deixa-se essa liberdade à consciência cósmica de quem a pesquisa, sem recusa deste.
O Verbo faz parte do Princípio de onde surgem as coisas. Tudo é criado através do Verbo ou por seu intermédio.
---------------------------------
Só mais tarde, algumas Grandes Lojas, eventualmente já influenciadas pela teologia cristã, assumem que o Grande Arquitecto do Universo já não é um Princípio de uma Origem ou Causa do Universo, mas adoptam que o Logos é Deus. O Logos deixou de ser o Princípio. E este conceito de definição do Logos como Deus é posterior à definição do próprio conceito do Logos na filosofia. Chegou a ser definido como razão, com a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico de Ordem e Beleza.A primeira formulação de Deus encontra-se definida recentemente (numa perspectiva histórica) pelo judeu Fílon de Alexandria, quando escreve: “A sombra de Deus é o Seu Logos; servindo-Se Dele como instrumento, Deus criou o mundo. Essa Sombra é quase a imagem derivada e o modelo das outras coisas. Pois assim como Deus é o modelo dessa Sua Imagem ou Sombra, que é o Logos, o Logos é o modelo das outras coisas”.
Posteriormente, já na teologia cristã, o Logos viria a ser adoptado no Evangelho de João como “εν αρχη ην ο λογος και ο λογος ην προς τον θεον και θεος ην ο λογος”. Como “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus”, João 1:1.
------------------------------------
Maçonicamente, se o Triângulo é uma figura geométrica essencial, ele é também o símbolo desta TRADIÇÃO INICIÁTICA, da potência criadora ou geradora, do Princípio.O Triângulo, esta figura geométrica e simbólica é a demarcação do espaço que é formado por três rectas que se cruzam entre si. Este mesmo símbolo representa para Nós, Maçons, o espaço, o tempo, a energia num mesmo Princípio. E no método maçónico de iniciação, o número três e esta sua forma geométrica são essenciais, direi mesmo, fundamentais na aprendizagem do primeiro grau do Rito Escocês Antigo e Aceite.
O Triângulo é, de facto, um símbolo transcendente da existência do Princípio, reconhecido como o GRANDE ARQUITECTO DO UNIVERSO, salientando que o Princípio é o mesmo que dizer a primeira causa activa e original - no Tempo e no Espírito - sem recusa da aceitação em fraternidade das diferentes formulações do Princípio cósmico. E isto tanto relativamente ao conceito como na prática da ritualização.
Para além disso, este Símbolo que também é Tradicional, é menos redutor na formulação do Princípio que a interpretação do Deus revelado das religiões. Este conceito não só concilia as religiões dogmáticas e as religiões que não reconhecem a existência de um Deus criador e demiurgo, como promove o espirito maçónico de “reunir o que está disperso”. Uma definição lapidar do Universalismo do Rito Escocês Antigo e Aceite, que permite vincular o visível e o invisível, propor uma União do humano com o divino, ascender do incognoscível ao cognoscível.
A Maçonaria Regular Continental ou a designação perfeita, Maçonaria de Tradição, não é um substituto de uma religião. Sendo assim, não podemos fazer confundir religião e sentimento religioso com Maçonaria. Não nos podemos esquecer que, na Maçonaria, tudo é simbólico. E creio poder dizer, por uma bela razão que, na Maçonaria, não nos entregamos a uma verdade revelada. E também pelo simples facto que não vamos à Loja para adorar nela o Eterno. Quando o queremos fazer sabemos onde nos devemos dirigir. Reconhecendo ainda que trabalhar em sua glória e praticar a evocação do Grande Arquitecto do Universo é colocar-nos na estrada do transcendente, cabendo a cada Maçon da Obediência interpretar esse símbolo de “Principio Espiritual” em função do seu próprio entendimento e das suas opções.
E, se optarmos pelo estudo do Rito Escocês Antigo e Aceite também podemos esclarecer que o referido Rito é Iniciático e racional. Também por esse facto e por esta via, não se deve confundir modernidade com modernismo e não há que confundir espiritualidade com religião.
Palácio Maçónico, Gabinete do grão-mestre, Junho de 2009
O Grão-Mestre, Álvaro Carva
GRANDE LOJA NACIONAL PORTUGUESA
Maçonaria Tradicional
GRANDE LOJA NACIONAL PORTUGUESA
Maçonaria Tradicional