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POR QUE SOMOS UMA MAÇONARIA TRADICIONAL? PARTE II


Para qualquer cidadão menos atento, as Organizações Maçónicas podem não ter particularidades que as diferenciam. Mas, na busca da Verdade, há diferenças essenciais.

Para quem já leu a palavra “Regular”, seria conveniente que se fizesse um esclarecimento, pelo menos mais um, neste site, que elucidasse o conceito do Grande Arquitecto do Universo na Maçonaria Regular (continental), representada pela Grande Loja Nacional Portuguesa.

Como sabemos, a Palavra é, na Maçonaria, o símbolo maçónico de excelência.

Muito antes do aparecimento da filosofia e da Teologia Cristã, Logos significava a Palavra.

No “Princípio” existia o Verbo, o Logos (em grego λόγος), a Palavra. E este conceito não tem para Nós, Maçons Tradicionais, ou de regularidade continental, apenas um significado meramente temporal. Para Nós, Maçons Tradicionais, o conceito, para além de temporal, está também associado como um “PRINCÍPIO ACTIVO”, de Origem ou Causa do universo. Não sendo possível atribuir-lhe um nome deixa-se essa liberdade à consciência cósmica de quem a pesquisa, sem recusa deste.

O Verbo faz parte do Princípio de onde surgem as coisas. Tudo é criado através do Verbo ou por seu intermédio.
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Só mais tarde, algumas Grandes Lojas, eventualmente já influenciadas pela teologia cristã, assumem que o Grande Arquitecto do Universo já não é um Princípio de uma Origem ou Causa do Universo, mas adoptam que o Logos é Deus. O Logos deixou de ser o Princípio. E este conceito de definição do Logos como Deus é posterior à definição do próprio conceito do Logos na filosofia. Chegou a ser definido como razão, com a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico de Ordem e Beleza.

A primeira formulação de Deus encontra-se definida recentemente (numa perspectiva histórica) pelo judeu Fílon de Alexandria, quando escreve: “A sombra de Deus é o Seu Logos; servindo-Se Dele como instrumento, Deus criou o mundo. Essa Sombra é quase a imagem derivada e o modelo das outras coisas. Pois assim como Deus é o modelo dessa Sua Imagem ou Sombra, que é o Logos, o Logos é o modelo das outras coisas”.

Posteriormente, já na teologia cristã, o Logos viria a ser adoptado no Evangelho de João como “εν αρχη ην ο λογος και ο λογος ην προς τον θεον και θεος ην ο λογος”. Como “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus”, João 1:1.
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Maçonicamente, se o Triângulo é uma figura geométrica essencial, ele é também o símbolo desta TRADIÇÃO INICIÁTICA, da potência criadora ou geradora, do Princípio.

O Triângulo, esta figura geométrica e simbólica é a demarcação do espaço que é formado por três rectas que se cruzam entre si. Este mesmo símbolo representa para Nós, Maçons, o espaço, o tempo, a energia num mesmo Princípio. E no método maçónico de iniciação, o número três e esta sua forma geométrica são essenciais, direi mesmo, fundamentais na aprendizagem do primeiro grau do Rito Escocês Antigo e Aceite.

O Triângulo é, de facto, um símbolo transcendente da existência do Princípio, reconhecido como o GRANDE ARQUITECTO DO UNIVERSO, salientando que o Princípio é o mesmo que dizer a primeira causa activa e original - no Tempo e no Espírito - sem recusa da aceitação em fraternidade das diferentes formulações do Princípio cósmico. E isto tanto relativamente ao conceito como na prática da ritualização.

Para além disso, este Símbolo que também é Tradicional, é menos redutor na formulação do Princípio que a interpretação do Deus revelado das religiões. Este conceito não só concilia as religiões dogmáticas e as religiões que não reconhecem a existência de um Deus criador e demiurgo, como promove o espirito maçónico de “reunir o que está disperso”. Uma definição lapidar do Universalismo do Rito Escocês Antigo e Aceite, que permite vincular o visível e o invisível, propor uma União do humano com o divino, ascender do incognoscível ao cognoscível.

A Maçonaria Regular Continental ou a designação perfeita, Maçonaria de Tradição, não é um substituto de uma religião. Sendo assim, não podemos fazer confundir religião e sentimento religioso com Maçonaria. Não nos podemos esquecer que, na Maçonaria, tudo é simbólico. E creio poder dizer, por uma bela razão que, na Maçonaria, não nos entregamos a uma verdade revelada. E também pelo simples facto que não vamos à Loja para adorar nela o Eterno. Quando o queremos fazer sabemos onde nos devemos dirigir. Reconhecendo ainda que trabalhar em sua glória e praticar a evocação do Grande Arquitecto do Universo é colocar-nos na estrada do transcendente, cabendo a cada Maçon da Obediência interpretar esse símbolo de “Principio Espiritual” em função do seu próprio entendimento e das suas opções.

E, se optarmos pelo estudo do Rito Escocês Antigo e Aceite também podemos esclarecer que o referido Rito é Iniciático e racional. Também por esse facto e por esta via, não se deve confundir modernidade com modernismo e não há que confundir espiritualidade com religião.

Palácio Maçónico, Gabinete do grão-mestre, Junho de 2009

O Grão-Mestre, Álvaro Carva
GRANDE LOJA NACIONAL PORTUGUESA
Maçonaria Tradicional

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