E N S A I O S…
Álvaro Carva e José Prudêncio*
Bem sabemos que a Maçonaria ou as doutrinas maçónicas estão sempre próximas da natureza humana.
Todos sentimos desde a infância o desejo de entendermos o universo. Todos pretendemos construir uma imagem deste Universo, de o ordenarmos ao nosso jeito, à nossa volta, construindo histórias, o gérmen da fonte criadora que culmina, sem o sabermos, na filosofia maçónica. Pelo simples facto que o homem nunca deixará de promover o desejo de conhecer, das exigências da acção, na busca incessante da Verdade.
Se, para a Igreja a Verdade já existe, para a Maçonaria ela é uma busca incessante, absorvendo as necessidades do próprio espírito, sempre num esforço pessoal sobre o Mundo e o destino. Realizado ao longo da vida nas Lojas maçónicas, o maçon continua no seu esforço à procura da Verdade, quer num inquérito pessoal, quer sobre o Mundo e o seu destino; inquérito silencioso cujas conclusões encontra no seu dia-a-dia, ou nos momentos de calma ou alheamento nas Lojas onde reúne, com mudanças interiores que ficam evidentes e profundamente meditadas. Assim se manifesta a Maçonaria, um genuíno agente de progresso intelectual.
Esta curiosidade superior é muitas vezes confundida com sentimento religioso. Mas ele constitui a aptidão que é própria da nossa espécie. Nela reside o sentimento maçónico, uma vida espiritual por mais humilde que seja é a derradeira ambição das criaturas humanas.
A Maçonaria regular e tradicional não pode pois representar sentimentos religiosos e muito menos a religião, seja ela qual for. Nem confirmar ou definir a existência de uma crença ou de um criador. Mas representa o homem espiritual que se afirma por si mesmo numa procura incessante da Verdade. Uma afirmação que faz progredir a ciência através de todas as formas e experiências. Que coloca as religiões como mais um ponto de partida. Mas esclarecendo que o esforço humano vai para além delas. A consciência humana é a imagem de um Mundo por explicar.
Mas de que mundo falamos? Do Mundo material e do Mundo espiritual.
O maçon, desta forma, começa por apresentar uma consciência humana de um mundo por explicar e parte desta forma completamente livre para a busca da Verdade. Procura trazer a ânsia da sua curiosidade, da sua certeza intelectual e do seu prazer pela defesa da perfeição moral. Por este desejo de aperfeiçoamento moral e pela certeza intelectual da sua consciência na busca da Verdade, exprime-se conforme a sua época e civilização, sendo certo que deseja ver claro em si e à sua volta.
Amar a Maçonaria e defender a sua Escola equivale a adoptar esta consciência e não se limitar às respostas passadas dos formadores maçónicos. A resposta de cada maçon deve ficar dentro de cada um, mas antecipando-se ao futuro, para poder contribuir directamente para a construção desse futuro e de forma sistémica.
Passo a passo a filosofia maçónica conquistará o desconhecido, ultrapassará os limites do imediato, das certezas religiosas, promovendo o risco das nossas interpretações esotéricas e simbólicas que o espírito nos impõe. Sempre frágeis nos primeiros passos de um maçon, mas proporcionais em compreensão e em função do esforço que o maçon lhe possa dedicar.
Ao retomarmos o caminho das primeiras verdades promovemos o conhecimento e descobrimos novos horizontes. A natureza humana transforma-se num apelo que move o coração de cada maçon. De coragem, de compreensão, de tolerância, rodeados de mistérios próprios da natureza humana sempre disponíveis para a investigação e que a Escola da Maçonaria Regular e Tradicional permite alcançar.
Portugal, Janeiro de 2010
* Álvaro Carva e José Prudêncio são Obreiros da Grande Loja Nacional Portuguesa e membros do Supremo Conselho de Portugal do Rito Escocês Antigo e Aceite.
Bem sabemos que a Maçonaria ou as doutrinas maçónicas estão sempre próximas da natureza humana.
Todos sentimos desde a infância o desejo de entendermos o universo. Todos pretendemos construir uma imagem deste Universo, de o ordenarmos ao nosso jeito, à nossa volta, construindo histórias, o gérmen da fonte criadora que culmina, sem o sabermos, na filosofia maçónica. Pelo simples facto que o homem nunca deixará de promover o desejo de conhecer, das exigências da acção, na busca incessante da Verdade.
Se, para a Igreja a Verdade já existe, para a Maçonaria ela é uma busca incessante, absorvendo as necessidades do próprio espírito, sempre num esforço pessoal sobre o Mundo e o destino. Realizado ao longo da vida nas Lojas maçónicas, o maçon continua no seu esforço à procura da Verdade, quer num inquérito pessoal, quer sobre o Mundo e o seu destino; inquérito silencioso cujas conclusões encontra no seu dia-a-dia, ou nos momentos de calma ou alheamento nas Lojas onde reúne, com mudanças interiores que ficam evidentes e profundamente meditadas. Assim se manifesta a Maçonaria, um genuíno agente de progresso intelectual.
Esta curiosidade superior é muitas vezes confundida com sentimento religioso. Mas ele constitui a aptidão que é própria da nossa espécie. Nela reside o sentimento maçónico, uma vida espiritual por mais humilde que seja é a derradeira ambição das criaturas humanas.
A Maçonaria regular e tradicional não pode pois representar sentimentos religiosos e muito menos a religião, seja ela qual for. Nem confirmar ou definir a existência de uma crença ou de um criador. Mas representa o homem espiritual que se afirma por si mesmo numa procura incessante da Verdade. Uma afirmação que faz progredir a ciência através de todas as formas e experiências. Que coloca as religiões como mais um ponto de partida. Mas esclarecendo que o esforço humano vai para além delas. A consciência humana é a imagem de um Mundo por explicar.
Mas de que mundo falamos? Do Mundo material e do Mundo espiritual.
O maçon, desta forma, começa por apresentar uma consciência humana de um mundo por explicar e parte desta forma completamente livre para a busca da Verdade. Procura trazer a ânsia da sua curiosidade, da sua certeza intelectual e do seu prazer pela defesa da perfeição moral. Por este desejo de aperfeiçoamento moral e pela certeza intelectual da sua consciência na busca da Verdade, exprime-se conforme a sua época e civilização, sendo certo que deseja ver claro em si e à sua volta.
Amar a Maçonaria e defender a sua Escola equivale a adoptar esta consciência e não se limitar às respostas passadas dos formadores maçónicos. A resposta de cada maçon deve ficar dentro de cada um, mas antecipando-se ao futuro, para poder contribuir directamente para a construção desse futuro e de forma sistémica.
Passo a passo a filosofia maçónica conquistará o desconhecido, ultrapassará os limites do imediato, das certezas religiosas, promovendo o risco das nossas interpretações esotéricas e simbólicas que o espírito nos impõe. Sempre frágeis nos primeiros passos de um maçon, mas proporcionais em compreensão e em função do esforço que o maçon lhe possa dedicar.
Ao retomarmos o caminho das primeiras verdades promovemos o conhecimento e descobrimos novos horizontes. A natureza humana transforma-se num apelo que move o coração de cada maçon. De coragem, de compreensão, de tolerância, rodeados de mistérios próprios da natureza humana sempre disponíveis para a investigação e que a Escola da Maçonaria Regular e Tradicional permite alcançar.
Portugal, Janeiro de 2010
* Álvaro Carva e José Prudêncio são Obreiros da Grande Loja Nacional Portuguesa e membros do Supremo Conselho de Portugal do Rito Escocês Antigo e Aceite.